Mobilidade elétrica: o futuro em que apostam todas as marcas de automóveis

Quando se fala em perspetivas para os próximos cinco anos, em que a mobilidade elétrica já deverá ter estabilizado, diversas marcas mencionam o aumento da frota e de autonomias, que podem chegar a 500 quilómetros, como é o exemplo do novo Porsche Macan e do Polestar 2 (criado pela Volvo), ambos apresentados ao mundo durante a primeira semana do mês de março.

O facto de existirem ajudas estatais, como a isenção do Imposto Único de Circulação (IUC) e a igual isenção do Imposto sobre veículos (ISV) fazem destes carros aquisições mais em conta. A ajuda à compra no valor de 2.250 euros, para os primeiros mil carros que concorram ao Fundo Ambiental, é também uma boa aposta para comprar um destes veículos do futuro.

Um modelo 100% elétrico pode garantir uma poupança na sua utilização entre 160 euros e 1.025 euros anuais, segundo os dados da rede Mobie.e. Não existirem custos de manutenção é um bónus, visto que os veículos de combustão apresentam alguns valores ‘acrescentados’ que nem sempre se esperam.

A aquisição do selo verde da EMEL, no valor de 12 euros, significa que pode estacionar em qualquer espaço da cidade, e o carregamento em postos rápidos, em espaços públicos, apenas implica a compra de um cartão que tem de estar carregado.

A Nissan é líder de mercado neste setor, e nenhuma outra marca parece conseguir destroná-la em Portugal. Desde 2010 que já venderam 2.670 veículos 100% elétricos. O “Leaf 3.zero e+” é o novo padrão tecnológico da empresa japonesa. Com uma bateria de 62 kWh, oferece um aumento de autonomia que ronda os 40% em comparação com os anteriores modelos de 40kWh.

O grupo BMW pretende aumentar a oferta de modelos elétricos existente, mas vai focar-se na sua própria estratégia, a Number ONE>NEXT, onde tem estado a preparar o lançamento do Mini eletric, do ix3, i4 e iNext, além de uma atualização do i3 que já se encontra no mercado. Ainda assim, esperam que este número cresça para 12 modelos até 2025. Já a Renault, que está em segundo lugar no ranking, “anunciou que até 2022 seriam lançados oito modelos elétricos”.

A Volvo e a Mercedes perspetivaram enviar para o mercado uma versão elétrica de cada veículo que possuem, em 2019 e 2022, respetivamente. Atrás da Toyota e da Opel, que apenas tem no mercado veículos de mobilidade híbrica, são as marcas que apresentam mais atraso no lançamento de veículos 100% elétricos.

O grupo PSA, que detém a Peugeot e Citroën, revela que entre 2019 e 2021 vai proceder à apresentação de sete modelos elétricos. Este grupo vai ainda mais além nas propostas de modalidade elétrica, sendo que em 2020 pensa ter 50% das gamas eletrificadas e em 2025 chegar aos 100%.

Jorge Magalhães, diretor de comunicação do grupo PSA, afirma que a Peugeot e a DS estão agora a avançar com a nova geração elétrica em Portugal e no mundo, com a apresentação oficial do novo slogan “Motion & e-Motion” em Genebra.

O lançamento do Peugeot 208 era, possivelmente, o mais esperado. Com um “design marcante, que emana juventude e energia”, o 208 está envolvido por uma potência de 136 cavalos com um binário de 260?Nm. Desenhado para incluir uma condução em sport, esta atualização está capacitada de uma bateria que serve 340 quilómetros de autonomia.

A marca DS apela por um design de SUV, o que nos dias de hoje é uma mais-valia. O DS 3 Crossback é apresentado como extensor de limites, enquanto elétrico, porque não compromete o estilo ou a prestação. A autonomia deste SUV premium, que irá ser comercializado a partir do segundo semestre do presente ano, é de 300 quilómetros. Ainda assim, vai conseguir debitar 136 cavalos de potência. Perante um carregador rápido, de 100 Kw, terá 80% da carga concluída em 30 minutos.

No entanto, o carro mais pedido, e que motivou uma petição na internet, é o Peugeot e-Legend. Enquanto a incógnita de uma apresentação oficial se mantém no ar, o modelo apresenta-se como uma experiência elétrica e autónoma, igual ao que deverá ser no futuro. O facto de se apresentar com um aspecto de “muscle car” atraiu muita atenção no setor automobilístico, algo que muitos produtores podem classificar como ‘arte perdida’. Ao Jornal Económico, Jorge Magalhães afirma ter “esperanças de que este modelo passe de uma projeção para a realidade”.

Um dos projetos de que a PSA mais se orgulha é do lançamento da plataforma EMOV, por utilizar uma frota completa de 150 carros Citroën C-Zero que formam o car-sharing 100% elétrico.

A marca alemã Volkswagen é uma das que apresenta vendas mais fracas. Com o modelo e-Up!, lançado em abril de 2014, só conseguiu 75 vendas em Portugal. O e-Golf, embora tenha sido apresentado ao mercado em junho de 2014, vendeu 135 veículos. A autonomia elétrica de 300 quilómetros com uma potência máxima de 100 Kw parece não ter conquistado muitos portugueses.

Ainda assim, e apesar de não revelar previsões de vendas para os próximos cinco anos, a Volkswagen vai inaugurar, em 2020, o modelo ID. Este vai assentar na plataforma MEB?(Modular Electrification Toolkit), e pretende marcar o início da geração familiar da marca alemã com a mobilidade 100% elétrica. Com o intuito de produzir veículos elétricos para todos, o slogan “Electric for all” assenta na acessibilidade, sendo que um e-Golf irá rondar valores de 30 mil euros.

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