Os portugueses têm aderido cada vez mais aos bancos digitais. De acordo com dados recolhidos pelo Jornal de Negócios, já são mais de 150 mil portugueses a recorrer a estas ferramentas como meio de substituição dos bancos tradicionais. O motivo para esta mudança pode estar relacionada com o aumento das comissões bancárias, além da rapidez dos bancos digitais e do facto de serem mais baratos.
A Revolut e a Llydia são dois exemplos destas alternativas bancárias que têm feito sucesso em Portugal. Em números, a Revolut tem atualmente “cerca de 100 mil clientes em Portugal, com cerca de 300 a 400 novos utilizadores por dia e temos cerca de 25 mil utilizadores mensais ativos”, adiantou fonte desse banco digital ao Negócios. Já a Lydia, aplicação que permite fazer pagamentos digitais a amigos, familiares e em estabelecimentos comerciais, reúne 50 mil utilizadores em Portugal, número que contribui para os três milhões de clientes da fintech na Europa.
Mas afinal, porque é que os portugueses têm optado pelos bancos digitais? Para Filipe Garcia, economista do Fundo Monetário Internacional, há três fatores a destacar e que justificam a adesão cada vez maior: a simplicidade na utilização, funcionalidades e o baixo custo. O economista acrescenta, em declarações ao Negócios, que o outro motivo está no “querer usar sistemas novos e mais sofisticados, diferentes da norma, fora dos ‘players’ tradicionais” e que, nesse contexto, “os bancos tradicionais é que têm de decidir se vão desistir dos seus clientes”.
E o que é que estas novas alternativas oferecem?
No caso da Revolut, que é uma das empresas mais conhecidas, é oferecida uma conta aos clientes portugueses, que pode ser aberta em alguns minutos e a partir da qual podem fazer transferências internacionais, trocar dinheiro em 24 moedas e gastar dinheiro, de forma gratuita e sem pagar comissões até certos plafonds. Tudo isto pode ser feito em cerca de 150 países através de um cartão da Mastercard ou Visa associado à conta. Mas as inovações não se ficam por aqui: o objetivo da “fintech” é começar a oferecer serviços de crédito, também com preços mais acessíveis em relação aos bancos tradicionais.
Os portugueses que optarem pela Lydia têm acesso a um serviço de pagamentos instantâneos e gratuitos a outras entidades, como explica o Negócios. E há ainda outras empresas, como é o caso da Monese, que entrou em Portugal em outubro e que oferece uma conta que pode ser aberta em poucos segundos e que fica disponível em 20 países. A N26 é outra opção bancária digital de origem alemã, que permite aos clientes ter uma conta grátis através da associação a um cartão de débito Mastercard. Os utilizadores ficam livres de taxas de câmbio e comissões “escondidas”.