Wall Street pára no tempo à espera de novidades

Depois de nas duas últimas sessões os índices norte-americanos terem variado em direcções opostas, ontem e depois de um fim de semana para reflectirem, os investidores preferiram ficar nas linhas laterais e aguardar por um catalisador importante que os leve a impulsionar o mercado para qualquer um dos sentidos. Isto porque não obstante a continuação do efeito da taxa de juro invertida nas obrigações soberanas norte-americanas, nomeadamente as de três meses terem uma taxa mais alta que as de 10 anos, o certo é que por enquanto o sentimento é o de dar o beneficio da dúvida sobre a capacidade da maior economia do mundo evitar uma recessão e passar antes por um período de menor crescimento económico, sendo nesse caso este indicador apenas um aviso de que os juros irão baixar no curto prazo.

A favorecer esta visão menos pessimista está o facto de nos casos em que a taxa de juro inverteu a recessão só foi visível nos dados cerca de um a dois anos depois, o que dá margem de manobra para algum optimismo sobre a possibilidade de tal não chegar a ocorrer. Outro factor positivo que ajudou à não continuação da pressão de venda de sexta-feira, foi a retirada da incerteza quanto às conclusões do relatório sobre se o Presidente Trump teria cometido algum crime de conluio com a Rússia aquando das últimas eleições presidenciais com vista a eleito. Para já e segundo as declarações do procurador geral dos EUA não será intentado nenhum processo contra Trump tendo em conta que a investigação não encontrou indícios suficiente para uma acusação. Ao nível empresarial dois movimentos contrários reflectiram bem o andamentos dos índices, a Apple que cedeu -1,21% no dia em que anunciou diversos serviços novos, num claro exemplo de comprar no rumor e vender na notícia, empurrando o Nasdaq e S&P500 para uma queda marginal, enquanto que a Boeing valorizou 2,29% e safou o Dow Jones do vermelho, com a noticia de que a empresa irá informar esta semana, tanto pilotos como reguladores, sobre a correcção efectuada ao software do modelo 737MAX.

No Forex o dia foi bastante calmo e sem grandes variações entre as principais moedas, facto que poderá hoje ser alterado visto que ontem já pela noite o Parlamento do Reino Unido aprovou uma moção que retirou das mãos de Theresa May a condução do processo do Brexit, passando agora a iniciativa a pertencer aos membros da câmara dos comuns, que poderão propor novas moções como um segundo referendo, um cancelamento do Brexit, ou a permanência do Reino Unido na União Aduaneira da U.E, isto no dia em que Bruxelas indiciou um aumento de probabilidades de ocorrer um Brexit sem acordo. Para esta quarta-feira estão previstas diversas votações que darão uma indicação sobre qual o caminho que a maioria dos membros do parlamento preferem, contudo May já avisou que poderá não aceitar a decisão vencedora, o que a ocorrer resultará em mais um sério problema para se resolver, tendo em conta que dificilmente a mesma será removida do cargo sem ser por sua iniciativa, o que não se antevê como provável.

Resumindo, espera-se uma semana ainda mais caótica do que o normal para o lados do Palácio de Westminster, o que poderá afectar o comportamento dos pares de moedas onde tanto a Libra inglesa como o Euro estão presentes.

O gráfico de hoje é do Ouro, o time-frame é Semanal

O metal precioso poderá vir a testar em breve a linha superior do canal wedge, agora que aparenta estar numa segunda onda de pressão compradora após a correcção de final de Fevereiro

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