Dona do Minipreço dispara mais de 60% após acionista russo anunciar OPA

A sociedade de private equity e venture capital LetterOne, do investidor russo Mikhail Fridman, anunciou esta terça-feira que lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre 70,09% da cadeia de supermercados Dia, na qual detém uma participação de 29%.

Os títulos da Distribuidora Internacional de Alimentación, a que pertence o Minipreço, estão a disparar 61,43%, para 0,693 euros, na bolsa de Madrid. Segundo a empresa com sede em Luxemburgo, accionista maioritária do Dia, as ações estarão a 0,67 euros e a OPA terá como objetivo a saída da bolsa e valorizar a retalhista em cerca de 500 milhões de euros.

Além da oferta, o fundo controlado por Fridman planeia lançar o que denominou de ‘Plano de Resgate Integral’, com três fases, sendo que a primeira será o lançamento da própria OPA.

“A segundo seria «uma estrutura de capital viável a longo prazo». A terceira, a promoção de um plano de transformação de negócios «que resulte na reestruturação integral da empresa nos próximos cinco anos», através, entre outras medidas, de um reajuste de preços e promoções, Da adoção de uma estratégia de rede de lojas apropriada, melhorar a execução das operações de retalho e investir na marca e no marketing”, refere o analista Aitor Mendéz, da IG.

A 28 de dezembro, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) decidiu suspender temporariamente as negociações do grupo Dia, numa altura em que o grupo se via a braços com o refinanciamento da dívida com os credores. Em comunicado, o regulador dos mercados espanhol explicou que a suspensão tem “efeitos imediatos” e enumera os mercados que abrange: na bolsa de valores, CAPI OTF e MEFF. A decisão surge um dia depois de a empresa liderada por Antonio Coto Gutierrez – e na qual o russo Mikhail Fridman detém uma participação de 29% – ter registado uma subida de 22% no índice espanhol IBEX 35.

Segundo o jornal espanhol “El Economista”, o refinanciamento que a dona dos supermercados Mini Preço está a acordar com a banca implicaria receber 200 milhões de euros antes do final do 2018, o que lhe permitiria obter a liquidez necessária.

Este grupo de retalho DIA reduziu os seus lucros líquidos para o ano fiscal de 2017 de 110 milhões de euros para 90 milhões de euros, após um ajuste de 20 milhões de euros correspondentes em grande parte às estimativas demasiado otimistas em relação aos descontos comerciais a serem recebidos de fornecedores.

A cadeia de supermercados também decidiu reduzir o efeito do património líquido negativo de 70 milhões de euros para aproximadamente 56 milhões de euros, atribuível em grande parte ao negócio na Península Ibérica. O efeito no resultado do exercício de 2017, no montante de 20 milhões de euros, refletiu-se também sobre as reservas (36 milhões de euros), num montante de 18 milhões de euros (24 milhões de euros antes do efeito fiscal) correspondentes a faturas pendentes de fornecedores.

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