BCP e Mota lideram quedas na bolsa de Lisboa. Mercados da Europa em terreno negativo

Em Portugal o PSI20 fechou nos 4.950 (-0,16%) com as ações do BCP a liderarem as quedas (-1,06% para 0,2418 euros) e as da Mota-Engil a caírem -1,25% para 1,744 euros.

O BCP foi contagiado pela banca na Europa. No setor bancário, o Monti Paschi di Siena caiu 10,19%, depois do BCE ter alertado que o banco poderá ter problemas de capital. O BCE afirmou que a incapacidade do Monte dei Paschi de emitir obrigações juniores no ano passado afetou a sua posição de capital. O banco central realçou a fraqueza da sua rentabilidade.

A liderar as quedas esteve também os CTT (-0,91% para 3,042 euros) no grupo de dez cotadas que fecharam em terreno negativo.

No lado das subidas destacou-se a Jerónimo Martins que fechou a cotar 10,79 euros (+0,94%) antes de apresentar os dados da faturação de 2018. As receitas da retalhista atingiram os 17,3 mil milhões em 2018, o que representa um aumento 6,5% em termos homólogos, sendo que mais de dois terços das receitas vêm da Polónia. A Sonae (+0,70%), a Semapa (+0,69%) e a NOS (+0,09%) foram as outras ações que fecharam no verde.

A Bolsa de Lisboa acompanhou o movimento dos mercados europeus.

O EuroStoxx50 fechou nos 3.055,18 pontos (-0,48%); o DAX encerrou a sessão nos 10.855,91 pontos (-0,29%); já o CAC fechou nos 4.762,75 pontos (-0,39%). O espanhol IBEX35 fechou a cair -0,66% para 8.818,60 pontos.

O londrino FTSE caiu 0,91% para 6.855,02 pontos. O Brexit continua a dominar a atualidade. O Parlamento britânico vai votar na próxima terça-feira o acordo negociado pelo Governo. Theresa May fez um apelo aos deputados através de um artigo publicado num jornal, onde a primeira-ministra considera que o bloqueio por parte do Parlamento seria “uma violação  catastrófica e imperdoável da confiança na nossa democracia”.

“É a maior e mais importante decisão que qualquer deputado da nossa geração será convidado a tomar”, disse Theresa May

As praças europeias agravaram o sentimento negativo que já se tinha registado da abertura, após ter sido revelado que a Produção Industrial na Zona Euro contraiu mais que o previsto em novembro do ano passado, na primeira variação negativa desde janeiro de 2017.

Apesar de grande parte do efeito já estar descontado pelo mercado, depois de na semana passada ter sido revelada uma contração no setor em Itália, Alemanha e França, não deixa de ter impacto negativo na performance da economia europeia.

Segundo o Eurostat em novembro de 2018, a produção industrial, ajustada de dias úteis, diminuiu 2,5% em Portugal, 1,7% na Zona Euro e 1,3% na União Europeia 28.

Em outubro de 2018, a produção industrial tinha registado variações de 0,1% na Zona Euro e 0,1% na UE28.

Portugal registou uma diminuição de 2,5% face ao mês anterior, o que compara com uma diminuição de 0,5% em outubro de 2018.

Em termos homólogos, a produção industrial diminuiu 3,3% na Zona Euro e 2,2% na UE28. Portugal registou uma diminuição de 2,9%, após ter registado uma diminuição de 0,2% no mês anterior.

Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis para novembro de 2018, os maiores aumentos da produção no sector industrial em termos homólogos foram registados na Estónia (7,9%), Polónia (5,3%) e Hungria (3,5%). Verificaram-se as maiores quebras na Irlanda (-9,1%), Alemanha (-5,1%), Portugal (-2,9%) e Espanha (-2,8%).

Segundo a análise da Mtrader, a penalizar as bolsas da Europa esteve ainda “a queda inesperada das importações e exportações chinesas, numa trajetória que tem vindo a ser castigada pela guerra comercial com os EUA”.

O analista Ramiro Loureiro chama a atenção para o arranque da época oficial de apresentação de contas do 4º trimestre nos EUA. Em Wall Street, o setor financeiro tenta puxar o sentimento após as contas do Citigroup. O banco norte-americano deu início a mais uma earnings season e estava a valorizar 3%.

O petróleo Brent cai 0,86% para 59,96 dólares e o WTI desce 0,52% para 51,32 dólares.

No mercado dívida, as bunds alemãs caem 0,80 pontos base para 0,231% mas as dívidas dos países periféricos caem mais. A dívida portuguesa cai 2,2 pontos base para 1,683%; a dívida espanhola desliza 2,6 pontos base para 1,419% e a de Itália desce 1,1 pontos base para 2,843%.

O euro valoriza 0,06% face ao dólar para 1,1476 dólares.

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