Turismo em Lisboa gerou 13,7 mil milhões de euros e criou 182 mil postos de trabalho

O setor do turismo em Lisboa registou mais de 13,7 mil milhões de euros em receitas e a criação de 182 mil novos postos de trabalho 2017, com um crescimento de 14,3% face a 2015. Estes dados foram hoje revelados pela Associação de Turismo de Lisboa (ATL) em conjunto com a Deloitte.

De acordo com os dados revelados, de 2005 a 2017, Lisboa assistiu a um crescimento de 33,3% de hóspedes. Isto deve-se ao aumento significativo do alojamento local na cidade de Lisboa, embora o número de hóspedes em unidades hoteleiras também tenha apresentado um crescimento. A taxa de ocupação hoteleira verificou um crescimento de 6,3% relativamente a 2015, uma vez que nesse ano ficou em 71,7% e em 2017 aumentou para 77,5%, com o preço por quarto se situava em 77,7 euros.

O aumento de quartos na hotelaria (1.786) e em alojamento local (21.130) ajudou que em 2017 o turismo apresentasse um crescimento bastante significativo face a 2015. O número de congressos na capital trouxe mais de 87 mil participantes, embora a ATL sublinhe que se deve investir nas infraestruturas para que Portugal consiga igual os grandes congressos internacionais com mais de dez mil participantes.

A produção do turismo na região de Lisboa fez com que o PIB correspondesse a 19,7% em 2017, em comparação com os 10,8% registados em 2014. Assim, a riqueza apresentou um aumento anual de 11,1%, enquanto o emprego atingiu 14,3% em 2017 face a 2015 que teve 12,4%.

A ATL distribuiu a produção do turismo em setores, de forma a verificar onde é que os turistas gastam mais. Assim, os dados revelam que 42,1% foram gastos em alojamento e restauração, 17,8% em atividades culturais e desportivas, como jogos de futebol e concertos, 16,9% no comércio e 14,2% é gasto nas deslocações de transportes públicos como autocarros e metro.

O estudo realizado em conjunto com a Deloitte revelou que em 2017, comparativamente com 2015, o turismo registou crescimentos de mais de 448 milhões de euros no comércio, um aumento de 1,3%, a hotelaria e o alojamento local registaram mais 353 milhões de euros, um aumento de 1,5%, a animação e eventos registaram 264 milhões de euros, um aumento de 1,8%, os transportes mais 243 milhões de euros, um aumento de 1,7%, e a restauração obteve mais 236 milhões de euros com um aumento de 1,4%.

Ainda que o turismo tenha aumento consideravelmente, a população residente na capital portuguesa aumentou 0,7% de 2.812 milhões para 2.833 milhões de habitantes. No entanto, a população jovem diminuiu -1,2 pontos percentuais e a população com mais de 65 anos aumentou -0,7 pontos percentuais, comparativamente a 2015.

Com os objetivos traçados, a ATL apoia que deve continuar a existir mais requalificação urbana e de espaços públicos, um enriquecimento da oferta sociocultural, uma maior notoriedade de Lisboa a nível internacional, uma maior valorização do património português, além de uma maior dinamização no aeroporto Humberto Delgado, de maior investimentos públicos e privados, de uma melhoria na qualidade da rede de transportes públicos, uma vez que apresentam grande sustentabilidade económica, a equiparação de Lisboa a grandes cidades turísticas e a potencialização do turismo da região lisboeta.

José Luís Arnaut, da ATL, sublinha o contínuo crescimento da atividade turística, sendo que Lisboa ultrapassou Amesterdão, segundo um estudo da European Cities MArketing. Aplaude ainda a performance da indústria hoteleira e o crescimento do alojamento local e dos agentes de animação turística. Arnaut declara que a ATL está a trabalhar com a Câmara Municipal de Lisboa para uma melhorar a atratividade a nível de congressos, de forma a igual os internacionais.

“Temos de estar animados com estes dados” afirma Arnaut ao mesmo tempo que sublinha a necessidade de a população se manter atenta a novos desafios, como a descentralização dos pontos turísticos, um crescimento mais sustentável e um aumento da capacidade de transporte face ao aumento da procura. O responsável garante que é importante o país investir no setor de luxo, além de apontar para uma aproximação dos países concorrentes em termos de preço e de ofertas.

Quando confrontado com o Brexit, Arnaut afirmou que apesar de se ter verificado um decréscimo no mercado britânico e alemão, os outros mercados existentes compensam esta pequena diminuição. Ainda assim, os turistas gastam mais 20% em Lisboa do que quando começou a procura desenfreada pela capital portuguesa.

Brasil, França, Espanha, EUA, Alemanha, Reino Unido e Itália são os países de onde provêm mais turistas para Lisboa. Cerca de 10,5% dos inquiridos revelam que já visitaram Lisboa mais de uma vez, e em média gastam 161 euros no comércio e pernoitam durante 2,3 noites.

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