“Desde que se iniciou o desconfinamento, temos tem vindo a aumentar a procura turística, em particular das unidades hoteleiras rurais e mais isoladas”, contou à agência Lusa o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.
Segundo o autarca alentejano, algumas unidades hoteleiras do concelho já tiveram “vários fins de semana com lotações muito perto do pleno” e os seus hóspedes “são, sobretudo, visitantes nacionais”.
“Espero que possa continuar a crescer, mesmo de uma forma lenta e longe dos números que gostaríamos, mas, ainda assim, temos uma afluência turística que começa a ser razoável tendo em conta os tempos que vivemos”, disse.
Évora, cujo centro histórico está classificado como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), também já está a receber turistas estrangeiros.
Pinto de Sá relatou que se têm visto na cidade “sobretudo espanhóis e franceses” e “também de outras nacionalidades, como italianos”, indicando que o município ainda não tem dados quantitativos sobre o turismo com o desconfinamento.
Assinalando que Évora “estava a crescer mais de 20% ao ano” em termos turísticos, o autarca lembrou que o concelho tinha “muitos turistas” e que parte deles ficava “mais alguns dias” e visitava “outros pontos do Alentejo”.
“Estamos muito longe desses números”, referiu o presidente do município, estimando que os turistas que passam agora pelo seu concelho andarão “na ordem dos 30% ou 40% relativamente ao que era normal”.
“É um verão com quebras muito significativas, não apenas para a área das atividades hoteleiras, mas também para a restauração. Particularmente, as micro e pequenas empresas vão ter grandes dificuldades para sobreviver”, acrescentou.
O autarca alentejano considerou que, “enquanto não houver uma vacina, uma cura ou uma perspetiva que reduza o risco”, “dificilmente o turismo atingirá os números dos últimos anos” em Évora.
Questionado sobre o surto de covid-19 que surgiu no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), no concelho vizinho de Reguengos de Monsaraz, Pinto de Sá reconheceu o caso teve “algum impacto” na imagem da região.
Os números de Reguengos de Monsaraz “correram o país e também foram para o estrangeiro”, pelo que “terá havido algum impacto para o Alentejo e naturalmente para Évora”, admitiu o presidente da câmara.
O concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, depois de ter sido detetado, em 18 de junho, no lar da FMIVPS.
Na sequência deste surto, segundo a mais recente atualização do boletim epidemiológico, divulgada hoje pelo município, mas com dados até domingo, este concelho do distrito de Évora regista 17 mortes, 90 casos ativos e 55 curados.
Portugal contabiliza pelo menos 1.691 mortos associados à covid-19 em 48.771 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).