Receitas turísticas em Portugal atingem mínimos de sete anos

Os dados relativos aos primeiros cinco meses do ano apontam para uma queda de 47 relativamente ao período homólogo de 2019. Para se encontrar um registo semelhante, é preciso recuar até 2013, segundo os dados do Banco de Portugal (BdP).

O mês de maio foi o pior dos primeiros cinco meses do ano, motivado pelas restrições da pandemia que acabaram por afetar de forma muito negativo grande parte da economia portuguesa, em especial o setor do turismo.

O BdP sublinha que a perda de receita relativa ao turismo “justifica a contração do PIB que já se espera para este ano”, apontando para a redução de 6,7% mas que poderá atingir os 9,5 segundo as estimativas.

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo de Portugal, aponta para “uma redução [das receitas] abrupta entre os 50% e os 60% ao longo do ano” no setor. Ainda que já exista uma previsão para a retoma de 50% dos voos em agosto, não será suficiente para recuperar o turismo em Portugal.

As previsões apontam para perdas de 50% em agosto, e 70% em setembro. O turismo é a maior atividade económica de exportação em Portugal, pois em 2019 foi responsável por 52,3% das exportações de serviços e 19,7% do total das exportações.

O Algarve foi, naturalmente, uma das regiões mais afetadas pela pandemia, uma vez que a região depende diretamente do turismo durante os meses de verão. O primeiro-ministro, António Costa, já apresentou um plano específico para a região que fará chegar 300 milhões às empresas em maior dificuldade. Segundo Costa, as medidas servirão para “apoiar a diversificação da economia, melhorar as infraestruturas e fazer os investimentos necessários no setor da saúde”.

A Associação de Hoteís e Empresas Turísticas do Algarve (AHETA) discorda, dizendo que as medias anunciadas são “manifestamente insuficientes face à dimensão da crise na região”. O presidente da AHETA, Elidérico Viegas, afirmou que a queda nas receitas na região foi “de cerca de 100% em abril e maio, e 90% em junho” com a expectativa de perdas em julho de 60%.

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