“Durante o primeiro semestre do ano, 1.313 empresas ficaram insolventes, o que representa um crescimento de 2% face ao período homólogo e um volume de negócios superior a 550 milhões de euros”, lê-se numa nota divulgada pela empresa.
De acordo com a Cosec, as insolvências “representam uma perda potencial de 10.803 postos de trabalho e cerca de 172 milhões de euros de créditos a fornecedores por regularizar”, com as microempresas a representar 45% dos casos, num cenário influenciado pela pandemia de covid-19.
“Cerca de 67% do número de postos de trabalho em risco e 74% do valor de créditos a fornecedores estão concentrados nas micro e nas pequenas empresas, o que reflete o peso destas empresas no total das empresas insolventes e a sua maior vulnerabilidade face aos desafios do panorama económico atual”, indicou a Cosec.
O setor dos serviços lidera em número de insolvências, com 306 empresas, um acréscimo de 22,4% no primeiro semestre de 2019 para 23,3% para o mesmo período em 2020. “Seguem-se o setor da construção (14,4%), com um total de 189 empresas insolventes, e o setor do retalho (13,1%), com 172”, informou a Cosec.
À imagem do que aconteceu no primeiro semestre do ano passado, em termos de distribuição geográfica, o “Porto apresenta o maior número (25,1%, contra 27,2% no primeiro semestre de 2019), seguido de Lisboa (20,3%, contra 17,3%) e do distrito de Braga (13,3%, contra 13,2%)”, sendo que os “distritos de Beja, Portalegre e Évora continuaram a registar o menor número de insolvências, com um total de 25 casos”, segundo a Cosec.
Por outro lado, até maio de 2020, “foram criadas em Portugal 17.503 empresas, o que representa um decréscimo de 35%”.
Já os pedidos de Processo Especial de Revitalização (PER) diminuíram 30% neste primeiro semestre (foram 178, no total, contra as 253 registadas nos primeiros seis meses de 2019), referiu a Cosec, liderados pelos setores dos serviços, alimentação e construção.
No mesmo comunicado, a Cosec deu conta das estimativas da sua acionista Euler Hermes, que acredita que “no caso da economia portuguesa, as estimativas apontam para um aumento de 30% nas insolvências até ao final do ano. Esse crescimento deverá abrandar em 2021: a previsão de aumento do número de insolvências é de 10%”.
A nível global, as insolvências poderão aumentar em 17% este ano e 16% em 2021, de acordo com a empresa.