Aquecer uma casa pode custar até oito euros por dia, alerta Zero

Numa altura em que Portugal atravessa um manto de frio que tem provocado uma baixa nas temperaturas e até à queda de neve em alguns pontos do país, os portugueses vêm-se na necessidade de recorrer aos aquecedores locais como irradiadores a óleo ou termoventiladores, como uma medida de fazer frente à falta de aquecimento dentro das casas.

Feitas as contas, segundo a a associação ambientalista Zero, esta segunda-feira, o custo com eletricidade de um único aquecedor a óleo pode ser facilmente superior a 8 euros por dia. O que se paga em eletricidade durante uma semana de um aquecedor a óleo ligado é superior ao seu custo.

Esta vaga de frio veio a levantar um véu: Portugal é dos países da União Europeia (UE) em que mais pessoas, quase dois milhões no total, não têm capacidade para aquecer as suas casas (18,9% da população em Portugal por comparação com uma média de 6,9% na UE-27), segundo os dados, de 2019, do Eurostat.

De acordo com a ONGA, estes equipamentos de aquecimento são escolhidos pelo baixo preço de aquisição e rapidez de colocação em funcionamento, “mas são os sistemas mais ineficientes, traduzindo-se num custo significativo para os utilizadores em termos de utilização, ao mesmo tempo que proporcionam um reduzido conforto térmico, pois acabam por ser utilizados o menos possível de forma a evitar um aumento dramático da fatura de eletricidade”.

A Zero considera ser fundamental alertar as famílias, nomeadamente as que tenham capacidade e conhecimento para o fazer, para avaliarem o uso dos equipamentos de aquecimento e monitorizarem os seus contadores de eletricidade e gás, esperando-se já gastos muito acrescidos neste mês.

Por isso, deixa algumas recomendações aos consumidores, a curto e longo prazo:.

A curto prazo:

  • Proceder à calafetagem de portas e janelas que estejam a conduzir a uma entrada significativa de ar frio na habitação;
  • Conseguir conforto através do uso de roupa quente e confortável;
    fazer um uso cuidadoso dos aquecedores a óleo e termoventiladores, desligando-os durante a noite e regulando adequadamente a temperatura de funcionamento evitando coloca-los no máximo (em que os equipamentos permanecem quase de certeza sempre ligados);
  • Recorrer de forma ao uso de biomassa através da queima de lenha em lareiras, evitando as lareiras abertas, e usando recuperadores de calor ou sistemas a pellets; a sua utilização deve ser no entanto moderada.

A longo prazo:

  • Isolamento térmico com ecomateriais ou materiais reciclados, em coberturas ou pavimentos interiores ou exteriores, em paredes exteriores ou interiores;
  • Substituição dos envidraçados, aplicando melhores janelas nas habitações, que reduzem significativamente as perdas de calor para o exterior, beneficiando-se também de uma redução do ruído exterior (este material tem já também uma etiqueta energética, para ajudar o consumidor a fazer uma escolha mais eficiente aquando deste investimento);
  • Investimento em equipamentos como ar condicionado/bomba de calor que, embora apresentem um custo elevado e impliquem algum ruído, têm uma eficiência na produção de calor quatro a cinco vezes superior à de um irradiador a óleo.

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