Hotéis do Norte com reservas para o verão e perspetivas “positivas”

“Não é um crescimento exponencial, mas para os três meses de verão estamos a sentir uma retoma lenta, mas notória. Contudo, ainda não se compara aos anos de 2018 ou 2019”, disse hoje à agência Lusa Filipe Dias, do Hotel Dom Henrique Downtown, unidade hoteleira na baixa do Porto que encerrou no confinamento e só reabriu em 10 de maio.

Filipe Dias refere que a partir da primeira quinzena de junho tem reservas do mercado nacional, mas também dos mercados britânico e espanhol.

“A procura está muito boa. Já temos muitas datas fechadas e as reservas estão equivalentes à média de reservas de 2019”, relata, por seu turno, Cláudia Amaral, responsável pela comunicação da Douro Suites Hotel, no concelho de Baião, no distrito do Porto.

Até setembro próximo, os fins de semana na Douro Suites “estão lotados”, principalmente com o mercado nacional”, mas há também alguma procura do mercado brasileiro e suíço, refere Cláudia Amaral, observando que os clientes nacionais são os que fazem mais perguntas sobre a “segurança e higienização do hotel por causa da pandemia da covid-19”.

Com a possibilidade de o mercado britânico viajar para Portugal, as reservas também se fazem sentir com turistas do Reino Unido, acrescenta.

Segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, o nível de reservas ainda é “baixo a esta data, comparativamente ao que se registaria num ano normal”.

Gonçalo Rebelo de Almeida estima, todavia, que os hotéis de Braga (Vila Galé Collection) e no Douro (Vila Galé Douro Vineyards e Vila Galé Collection Douro) terão mais procura, podendo “registar uma ocupação média na casa dos 60% a 70% em julho e agosto”.

“A procura será sobretudo do mercado nacional, espanhol e alguns mercados europeus”, acrescenta aquele responsável.

A atividade nos hotéis do Porto (Vila Galé Porto Ribeira e Vila Galé Porto) só deverá retomar em setembro. “Em julho e agosto estimamos trabalhar na casa dos 40% a 50% de ocupação média. Para a recuperação do turismo na cidade do Porto será fundamental a reabertura dos mercados brasileiro e norte-americano”, observou Gonçalo Rebelo de Almeida.

No Hotel Bessa Boavista, no Porto, as reservas estão a ser registadas “semana a semana”, porque a pandemia veio alterar a tradição da marcação de férias a “longo prazo”, explica Renato Correia, diretor geral daquela unidade hoteleira.

As expectativas para o verão são, contudo, “positivas”, conta Renato Correia, sobretudo com o “mercado ibérico (português e espanhol) e com o mercado francês”.

No Grande Hotel do Porto, em plena Rua de Santa Catarina, as perspetivas para o verão são de “ligeira melhoria em relação a 2020”, revela Luísa Costa, assistente de direção daquela unidade hoteleira.

“O volume de reservas tem estado a aumentar gradualmente, mas ainda longe do cenário pré-pandemia. Os mercados de onde prevemos receber turistas é o nacional e o europeu, como Espanha, Reino Unido, França e Alemanha. A tendência tem sido reservarem com pouca antecedência”, explica Luís Costa, salvaguardando que estão “conscientes” que a qualquer momento Portugal pode voltar a estar na “lista negra de alguns países”.

Também no Crowne Plaza Porto as reservas para o verão ainda são pouco expressivas, porque em tempos de covid-19 são feitas “ao minuto”.

As reservas têm sido “sempre em cima da hora, fruto da incerteza que temos vivido. Os visitantes reagem de imediato a novas indicações e levantamento das restrições de confinamento e de mobilidade”, Vincent Poulingue, diretor Geral do Crowne Plaza Porto, acrescentando que se tem verificado que sempre que há um” grande evento no Porto as reservas disparam, tanto para visitas por lazer ou por trabalho.

Segundo o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, “há um crescendo de contactos e pré-reservas” para o verão. Com os dados de hoje, a perspetiva é de que o Norte vai ter “um verão melhor do que o anterior”.

“Em 2020, por essa altura, registámos números interessantes, mas temos indicadores que este 2021 será melhor, com o mercado nacional a ser preponderante, mas com os mercados tradicionais a chegarem até nós com mais força do que no ano transato e existirão muitas reservas de ‘last minute’ (última hora), consoante a evolução da pandemia”, refere Luís Pedro Martins.

Luís Pedro Martins conta que face ao ‘feedback’ que tem chegado das delegações internacionais do Turismo de Portugal, as perspetivas são “relativamente animadoras”.

“O destino mantém o seu prestígio em alta e continua a merecer a preferência dos turistas. Tendencialmente, vai manter-se uma procura por territórios de baixa densidade, mas estamos convencidos que as grandes e médias cidade terão um recrudescimento de procura. E podemos garantir que as unidades hoteleiras citadinas adotaram protocolos de higienização muito rigorosos, sendo absolutamente seguro viajar e ficar hospedado nas cidades”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.432.711 mortos no mundo, resultantes de mais de 165 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.014 pessoas dos 843.729 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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