A empresa de pagamentos Wirecard, que foi vítima de escândalo, disse que os 1,9 mil milhões de euros que faltam nas suas contas podem simplesmente não existir.
O chefe executivo da Wirecard desistiu na sexta-feira, quando a busca pelo dinheiro em falta chegou a um beco sem saída nas Filipinas.
No domingo, o banco central das Filipinas disse que nenhum do dinheiro parece ter entrado no sistema financeiro do país.
A empresa alemã também disse que estava retirando seus resultados financeiros para 2019 e para o primeiro trimestre de 2020.
“O Conselho de Administração da Wirecard avalia, com base num exame mais aprofundado, que existe uma probabilidade predominante de que os saldos das contas fiduciárias do banco no valor de 1,9 bilhões de euros não existam”, disse a empresa num comunicado esta segunda-feira.
O dinheiro em falta representa cerca de um quarto do balanço total da empresa.
O Chefe da Wirecard desiste da procura de 1,9 bilhões de euros em falta
A empresa disse que continuava a discutir uma linha de vida financeira com os bancos, incluindo um acordo actual que deverá expirar no final deste mês.
Disse que também estava considerando vários planos potenciais para salvar a empresa, incluindo cortes de custos, a reestruturação de suas operações e a venda ou fecho de partes do negócio.
O escândalo surgiu após uma série de artigos no Financial Times no ano passado, focando supostas irregularidades contabilisticas nas operações asiáticas da Wirecard.
O dinheiro em falta deveria estar nas contas de dois bancos asiáticos e tinha sido reservado para “gestão de risco”, disse a empresa.
A saída do chefe executivo da Wirecard, Markus Braun, na sexta-feira, aconteceu depois do auditor da EY se recusar a assinar as suas contas de 2019 sobre os fundos em falta.
A Wirecard aderiu ao índice de ações blue-chip Dax 30 da Alemanha há dois anos. Na altura, foi avaliada em 24 mil milhões de euros, mas as suas acções caíram nos últimos dias, dando-lhe uma valorização bolsista de menos de 3 mil milhões de euros.
