Lucros da Galp caíram 24% para 103 milhões de euros no 1.º trimestre do ano

De acordo com os dados comunicados hoje à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM), de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS), o resultado líquido do 1º trimestre foi negativo em oito milhões, “o que se explica com um aumento dos eventos não recorrentes negativos de 126 milhões, que se explicam essencialmente pelo impacto da unitização do campo de Lula no Brasil”.

“A participação da Galp neste bloco, através da Petrogal Brasil, passou de 10% para 9,2%, com efeitos a partir de 1 de abril de 2019. Em resultado deste processo, a Galp reconheceu um impacto de €98 milhões como evento não recorrente”, refere a empresa.

Os dados comunicados à CMVM indicam que o resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda RCA) aumentou 9% em termos homólogos para 494 milhões, dos quais 86% resultaram das atividades internacionais e mais de 75% diretamente da área de Exploração e Produção (E&P).

O Ebitda da área de E&P registou um aumento de 28% face ao trimestre homólogo, para um total de €374 milhões, suportado numa subida de 8% da produção de petróleo e gás natural, que totalizou 113 mil barris de petróleo e gás natural/dia com a entrada em operação e progressivo aumento de produção de duas unidades flutuantes instaladas nos campos de águas ultraprofundas do pré-sal da bacia de Santos, no Brasil, e de uma em Angola, no último ano.

Os resultados operacionais da área de Refinação & Distribuição caíram 42% para €70 milhões, pressionados pela queda das margens de refinação no mercado europeu e por restrições operacionais no aparelho refinador que afetaram as vendas, sobretudo para os mercados de exportação, refere a Galp.

A empresa diz ainda que o aumento de vendas nos hubs europeus “compensou a diminuição das vendas a clientes diretos, o que se refletiu numa melhoria de 40% do Ebitda da área de Gas & Power em termos homólogos, para 47 milhões” de euros.

O ‘cash flow’ das atividades operacionais (CFFO) nos primeiros três meses do ano foi de 396 milhões, um aumento de 62% em relação ao período homólogo, já considerando o impacto de 44 milhões da aplicação da norma contabilística IFRS 16, e apesar da menor contribuição da atividade de refinação.

O investimento no 1.º trimestre totalizou 149 milhões de euros, em linha com o valor do ano anterior, dos quais 89% foram alocados ao negócio de E&P, principalmente à execução do projeto Lula, no Brasil, do bloco 32 em Angola, que tem uma segunda unidade FPSO a produzir desde o início de abril, e do projeto de GNL em Moçambique.

A 31 de março de 2019, a dívida líquida da Galp situava-se em 1,6 mil milhões de euros.

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