O que é o spread habitação?
O spread é um elemento da taxa de juro que é definido individualmente por cada banco num empréstimo habitação.
No fundo, trata-se da margem de lucro da instituição financeira. No que toca a comprar casa com recurso a financiamento este é um conceito que aparecerá sempre associado ao crédito.
O spread que o banco atribui a um determinado cliente tem muito que ver com o risco do mesmo (aferido através do historial de crédito, dos seus rendimentos, do montante de empréstimo que está a ser solicitado e das garantias apresentadas pelo consumidor, etc.) e, muitas vezes, com os produtos que podem ser contratados para baixar o spread.
Para receber uma bonificação no spread habitação os bancos normalmente permitem e até sugerem a contratação dos seguintes produtos para o efeito (um procedimento que se designa por “vendas associadas facultativas”):
Cartão de débito
Cartão de crédito
Domiciliação do ordenado
Seguro de vida
Seguro multirriscos
Produtos de poupança (tais como uma conta-poupança ou um PPR)
Regra geral, por cada produto contratado pelo cliente, o spread baixa numa determinada percentagem
Quais são os spreads praticados atualmente?
Longe estão os tempos dos spreads abaixo de 1%. Em 2008, no despontar da última crise económico-financeira, somavam-se, a cada dia, os prejuízos dos bancos e eram visíveis os riscos que estes tinham assumido nos empréstimos que concederam. A partir de então, as instituições financeiras passaram a estabelecer spreads mínimos iguais ou acima de 1%.
Pese embora a variação entre bancos no spread atribuído a cada cliente, todos têm estabelecido um valor mínimo para esta taxa, que pode ser visualizado na tabela abaixo:
É possível observar que os spreads praticados pelos principais bancos em Portugal, neste início de 2019, variam entre 1% (o valor mais baixo do mercado atualmente) e 1,5%.
Olhar para além do spread
Porém, nem tudo é spread. Se para diminuir este valor tiver de contratar uma série de produtos e/ou serviços adicionais do banco que têm um custo para si, há que fazer as contas e ponderar.
Muito provavelmente o cartão de crédito tem uma anuidade associada. Os seguros de vida e do imóvel até podem ter um prémio mais baixo se forem contratados numa seguradora à parte em vez da que trabalha diretamente com o banco.
Será que compensa ficar com um spread mais reduzido para, no fim de contas, ter estes custos?
É uma questão que deve analisar cuidadosamente. Além disso, há que ter sempre em atenção também a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor – que representa o custo total do crédito com todas as despesas e juros incluídos).
Um spread habitação mais baixo nem sempre se traduz num crédito mais acessível.